A
31 de Outubro de 1411 foi assinado em Ayllon um tratado de paz entre os
reinos de Castela e de Portugal, que também incluía a França e Aragão.
Este tratado foi ratificado pelos dois Reis. Contudo, quando D. João II
de Castela atingiu a maioridade, foi feita uma nova ratificação do
tratado, a 30 de Abril de 1423, onde estiveram presentes os embaixadores
portugueses D. Fernando de Castro e o doutor Fernando Afonso. Era ainda
o reflexo dos problemas vividos entre as duas mais importantes coroas
ibéricas durante a crise de 1383-1385.
Estas
tréguas eram extremamente importantes para Portugal, pois permitiam a
manutenção da praça de Ceuta. Mas a paz definitiva só foi alcançada pelo
Tratado de Medina del Campo, assinado a 30 de Outubro de 1431. D. João
I, o monarca português, enviou a Castela, como seus embaixadores, Pedro e
Luís Gonçalves Malafaia, assistidos pelo doutor Rui Fernandes e pelo
secretário Rui Galvão.
Antes
desta data, o período de paz conseguido pelas citadas tréguas entre os
dois reinos permitiu retomar o povoamento das zonas raianas e fixar as
populações. Permitiu igualmente, como nos diz Gomes Eanes de Zurara,
implementar o comércio nas áreas fronteiriças, com a retoma das
seculares relações de vizinhança entre as povoações dos dois lados.
A
situação de conflito latente com Castela, mantida até 1411, fez
endividar o país com as despesas inerentes à guerra. Contudo, a fase
vivida entre esta data e a assinatura definitiva do tratado de paz
afastou por completo a ameaça de uma invasão castelhana, embora não
tivesse desvanecido um permanente clima de tensão entre estes dois
reinos.
Durante
todo o reinado de D. João I, o país viveu sob esta ameaça latente e num
clima de suspeição relativamente a Castela, embora Portugal tenha
encontrado uma boa alternativa ao voltar-se para Marrocos e para o
Atlântico, enquanto o rei de Espanha se ocupava da conquista de Granada,
o último reduto muçulmano na Península.
Fonte: Infopédia
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