Pignatelli Queiroz
A CAUSA REAL – e não a Causa Monárquica – e a Real Associação de Coimbra organizaram, mais uma vez, as comemorações de um Dia Nacional – Dia da Fundação de Portugal – 1143, último dia do Tratado de Zamora. Centenas de portugueses vieram, voluntariamente, de vários sítios do território. Para homenagear o Rei Fundador e seu filho, “o Povoador”, junto dos seus túmulos na Igreja de Santa Cruz.
E o único legítimo herdeiro do trono de Portugal – e não pretendente e
não da coroa, que foi entregue à padroeira, a Imaculada Conceição – o
Senhor D. Duarte, Duque de Bragança e, dupla alegria, sua mulher, a
Senhora Dona Isabel. Depois da missa, na igreja, passámos à Sala do
Capítulo, onde os numerosos presentes ouviram as avisadas palavras do
herdeiro, que reflectiu sobre a delicada situação que o país atravessa, o
dilema que a Constituição proíbe aos portugueses resolverem, Monarquia
ou República, sem ofender esta nem a bandeira verde rubra, “à sombra da
qual lutaram e morreram, tantos e bons portugueses”.
Aliás, símbolo que foi explicado com elevação na Casa da Cultura, por
republicanos notáveis. Um ou outro exemplo sem importância, insistiram
num duplo sofisma: este regime não faz de Portugal um país laico – foi
no séc. XIX, no Liberalismo, com a Lei da Separação da Igreja do Estado
(deste e não do país – primeiro sofisma) e não fez um “país laico” mas
um Estado de dominadora minoria laicista – não ler laico – o segundo
sofisma. Mas, enfim, a benemerência (…) do anterior Governo, fez as
comemorações com os 10 milhões de euros (e muitos mais) e os outros
dados a algumas Fundações. Não à Fundação da Casa de Bragança, roubada
aos seus legítimos proprietários pelo “Senhor” da II República, Oliveira
Salazar, agora administrada por um presidente nomeado pelo governador
do Banco de Portugal, o que nos diz para onde irão os respectivos
rendimentos.
Um bom exemplo: o papel assumido pelo presidente da Câmara Municipal
de Coimbra, João Paulo Barbosa de Melo, ao receber os duques de Bragança
no repleto salão nobre do concelho.
AUTARQUIAS – REDUÇÃO AD-HOC? Não! Lembro que as freguesias são únicas
no planeta Terra e a única esperança de sustentabilidade e da travagem
da desertificação do interior.
CASA DO DOURO. FALÊNCIA? Não! No Congresso Regional de Freguesias
Durienses – Douro Médio e Interior – organizado pela ANAFRE – e com a
presença e apoio de autarcas de Portugal e Espanha, universidades,
associações ambientalistas, Comité – Anti-Nuclear de España,
repudiaram-se projectos como a lixeira nuclear de Aldeadavilla, o desvio
do curso do Douro para Sul (irrigação de campos de Espanha e desaguar
águas desvitalizadas no Alqueva), junção da produção (Casa do Douro) à
comercialização (Real Companhia Velha), do vinho do Porto que, assim,
acabaria. Quanto à falência: cheira-me a conspiração. Declarações
oficiais sobre a riqueza estática mas existente? Apagada do mapa. Quem
beneficiará. Há tempos, diríamos que Espanha. Agora sabendo-se que
grandes extensões de terras foram compradas e quantitativos apreciáveis
dos “benefícios” até há pouco recebidos por agricultores portugueses,
passaram para os “enviados” do Império do Sol Nascente, é fácil
perceber-se que Trás-os-Montes será mais uma parte do território de
outra nacionalidade – a exemplo do Tibete e do Nepal – a China. Não!
Fonte: As Beiras
Miguel Pignatelli Queiroz
Presidente do Senado do PPM, ex presidente do Directório e da CPN do Partido Popular Monárquico, deputado municipal na Assembleia Municipal de Coimbra e deputado eleito ao Parlamento português entre 2005 a 2009.
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